segunda-feira, 26 de março de 2012

Alice

- Estou com medo.
- Você!?
- É, também fiquei surpreso...
- Mas medo de que?
- Oras, medo. Medo da vida, e toda essa coisa clichê de sentir medo
- Mas... Você!?
- Pois é, também fiquei surpreso...

Veja bem
Não quero te assustar
Mas não posso mentir
Para você ou para mim

Minha criança
Corra, em todo o gramado
Se esconda...
Corra, por todo o  seu amor
E de lá, não saia mais

Escute bem
Não quero lhe magoar
Mas os sonhos
Podem não vir a acontecer

As tardes são frias
E as sombras agora crescem
Pequenina, prometo-lhe
Farei o melhor

Meu bem
Não quero mais lhe machucar
Mas são tantas ideias bobas
Que não param de acordar
                            (Rafael Mazini)

3 comentários:

Bruna B disse...

Que lindo, o nome 'Alice' tão delicado e singelo quanto o poema. Gostei muito.

Dan Arsky Lombardi disse...

Medo congela. Se vivermos em seu nome, não vivemos nada. Entregue-se e sinta o vento, Alice!

Andressa disse...

A delicadeza do ato disfarçando a verdade assustadora, é bonito de se ver.
Terrificante e corriqueira, a incerteza pode tomar-lhe a vida se o descuido estiver junto. Ah, Alice, deixa o medo de lado e vai viver, pois 'seguro morreu de velho' e de triste.